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A mostrar mensagens de setembro, 2013

180913

Entrei no bar, ignorei os olhares, sentei-me no banco ao canto do balcão de costas para a entrada, o barman mirou-se com um olhar estranho, talvez por serem três da tarde e ter acabado de pedir um whisky duplo, ou então por não ter tirado os meus óculos de sol ou talvez porque tinha cara de quem já tinha bebido a sua dose. Não sei dizer a que conclusão chegou, mas encheu-me o copo sem dizer uma única palavra. Acendi um cigarro e desfrutei ao máximo. Eu não estava à procura de conselhos, de caminhos nem respostas, apenas precisava de limpar a mente.

120913

Com gloss nos lábios, e os óculos de sol tapando a máscara olhei-me ao espelho da entrada, pensei que parecia como me sentia, uma lástima, coloquei a mala ao ombro abri a porta e enfrentei o mundo. Tem sido assim por tanto tempo, acho que me perdi. Preciso sair daqui, colocar uma mochila na parte de trás do carro e percorrer o país, limpar a mente. O Jack bem sugeriu isso, com a rádio no volume máximo, enquanto cantávamos felizes. Podia ter fugido com ele naquele momento, mas abrandei e parei no destino daquela noite e não segui rumo à loucura. A realidade não é assim tão divertida, e é isso que me faz sentir saudades dele, não somos namorados, nem amantes, amamos como dois irmãos, ele vai-se embora e não sei o que dizer. Não gosto de despedidas. Talvez vá até lá, talvez não. Talvez escreva apenas desejando-lhe tudo de bom ou então talvez finja que ele não existe, corto o coração de uma vez, talvez dele junto com o meu, partir um coração não é um trabalho sem consequências.

080913

A campainha de casa tocou no momento em que saí da banheira, pensei se não estaria atrasado para a festa, já que não esperava ninguém o mais certo era os rapazes terem vindo ver de mim. Ouvi bater à porta três vezes antes da campainha soar novamente, apressei-me a correr à porta sabia que não podiam ser eles. Abri a porta e a Mariana lançou-se nos meus braços, não chorava mas pude ver que era com muito esforço. Levei-a para o meu quarto que, graças a ela, era a única divisão que não estava parcialmente em caixas ao contrário do resto da casa. Assim que a sentei, puxou-me e colocou a cabeça no meu peito e eu fiquei ali sentado sentindo ela descontrair e começar a chorar baixinho. Nenhum de nós disse uma única palavra, não era preciso. O meu telemóvel vibrou e lembrei-me do meu encontro, cancelei-o. Cerca de vinte minutos após organizar algumas coisas extras da casa de banho e da cozinha, consegui fazer chá. Quando voltei ela dormia, tapei-a com uma manta, que ela tinha insistido em colo

060913

Acordou com uma Lú impaciente, depois de sair da casa de banho, colocou os primeiros calções que encontrou e colocou-lhe a trela, calçou os ténis à porta e saíram para a neblina e só regressaram quando a trovoada ameaçou. Ao chegar a casa notou o portão aberto, e a Lú começou a latir, não entendeu bem o que se passava, entrou cautelosamente, viu-a no cimo das escadas no instante em que se agachou para soltar a cadela, lá estava ela debaixo do arco, agora chovia torrencialmente mas deixou-se estar à chuva, com receio que ao mexer-se tudo não passa-se uma ilusão. Lú passou por ele na direcção daquela beleza conhecida como ela não se virou ele teve a sensação de que ela sabia que ele estivera ali o tempo todo e que devia estar a perguntar-se se não era um erro ir até ali. Obrigou-se a mexer, mas antes de ele voltar a ter o controlo do seu corpo, Carolina sorriu envergonhada ao descer as escadas na direcção de um Miguel novamente petrificado, quando o olhar deles se encontrou eles beijaram